sábado, 23 de maio de 2009

Gosto de infância


Eu me lembro, eu me lembro, era pequena...

Ontem eu acordei com gosto de infância na boca. Lembrei-me de várias coisas e de quanto eu era feliz. Imediatamente, veio à minha mente uma poesia que eu recitava – ensinada por meu pai (um poeta nato) – e que fazia o maior sucesso, em todos os lugares (festas da escola, aniversários da família ou um simples chá da tarde de senhoras).

Então, para resgatar esse momento fugidio, de saudades da infância, reproduzo abaixo a poesia responsável por alguns momentos de glória nessa minha jornada pela Terra.


Eu me lembro! Eu me lembro! Era pequeno

E brincava na praia; o mar bramia

E, erguendo o dorso altivo, sacudia,

A branca espuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento

“Que dura orquestra! Que furor insano!

Que pode haver de maior do que o oceano

Ou que seja mais forte do que o vento?”

Minha mãe a sorrir, olhou pros céus

E respondeu: - Um ser que nós não vemos,

É maior do que o mar que nós tememos,

Mais forte que o tufão, meu filho, é Deus.

(Casimiro de Abreu)