quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Luta? Que luta?

Neste momento em que se inaugura uma rampa para o acesso de pessoas com deficiência física na Prefeitura de Campinas (com bastante atraso, diga-se de passagem), eu não podia deixar passar a oportunidade para externar meu descontentamento com as ações oficiais em prol das pessoas com deficiência na cidade. Por oficial, estou denominando aquelas ações de iniciativa da Administração municipal, por meio de suas diversas secretarias, e as desenvolvidas pelo Conselho Municipal de Atenção à Pessoa com Deficiência. Ações apagadas, sem viço, sem garra e à moda da abertura política brasileira: “lenta e gradual”. Neste momento, também está acontecendo a Semana de Luta da Pessoa com Deficiência, em Campinas, que culminará com a celebração do Dia Nacional de Luta, comemorado em 21 de setembro. Quantos, em nossa cidade, sabiam disso? Vamos ver o “córum” que atingirão os eventos dessa semana e da manifestação que acontecerá na Lagoa do Taquaral, no dia 21, pela manhã. Estou torcendo para que tenham um público recorde e eu morda a minha língua.
São ações que não conseguem nem mesmo mobilizar o próprio segmento das pessoas com deficiência, o que dirá a população em geral, que continua a lidar com suas preocupações rotineiras sem serem sensibilizadas para a problemática das pessoas que vivem em situação de desvantagem quanto suas capacidades físicas, motoras, sensoriais ou intelectuais.
Querem mais um exemplo? Depois de anos de reivindicação, o movimento organizado das pessoas com deficiência em Campinas conseguiu que a Prefeitura criasse a Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA), cujo principal objetivo seria a fiscalização da acessibilidade nos edifícios públicos e privados (além de muitas outras funções). Está funcionando? Não! E quando a tal comissão é cobrada, a justificativa recai sempre nos trâmites burocráticos e legais que se resumem na tão conhecida frase típica do funcionalismo público: “Ah, isso não é com a gente!”.
Outro exemplo é a atuação pífia do conselho supracitado, resumindo-se a intermináveis reuniões e pouquíssima ação. Nem eu, pessoa com deficiência física e atuante em movimentos organizados para a defesa de nossos direitos, fico sabendo o que esse conselho vem fazendo.

Um comentário:

Amauri disse...

Grande Kátia Fonseca. Voce realmente nos emociona e nos faz querer continuar essa luta em Pról de tantos deficientes, epiléticos, idosos, que na verdade são sempre esquecidos pelos políticos, esses que deviam nos ajudar pois votamos neles, muitas vezes usam aquela frase que voce mencionou: Ah..isso não é comigo..procure tal depto na Prefeitura.. QUE VERGONHAAA..Ah..será que o Doutor Hélio tem isso? Ou ele só quer a propria reeleição...??